Calendário gregoriano, história e manipulação

Atualmente a nossa sociedade utiliza, em sua maioria, o Calendário Gregoriano para controlar o tempo. Ele foi estabelecido no Vaticano pelo Papa Gregório XIII (por isso leva esse nome), em 1582.

Esse calendário possui origens bastante antigas. Até onde se sabe, sua origem vem do calendário romano, que possuía 10 meses. Os nomes dos meses eram homenagens a entidades como Martius (Marte), Aprilis (Apolo), Maius (Maior), Jupiter (Junius), etc, e seu ano media por volta de 300 dias.

Desde essa época, era comum que os pontífices adicionassem ou removessem alguns dias ou meses do calendário, com a justificativa de que estariam alinhando as datas astronômicas, mas na verdade com interesses de prolongar ou encurtar mandatos de imperadores ou governadores.

Não é preciso dizer que o povo romano da época ficava extremamente perdido nos dias, e quem ficava afastado da cidade (que já não possuía muitas informações a respeito do calendário), tinha menos condições ainda de se localizar no calendário.

Alguns anos passaram, e foi só por volta do ano 100 a 44 A.C. que Júlio César, quando assumiu o poder, chamou um astrônomo pra lhe aconselhar numa nova reforma do calendário.

O astrônomo observou que o calendário de Roma estava 67 dias adiantado em relação ao ciclo das estações, por isso, naquele ano, pra sincronizar novamente o calendário, foram adicionados mais dois meses, um de 33 dias e outro de 34. Essa correção resultou num ano civil de 443 dias, que ficou conhecido historicamente como "O Ano da Confusão".

Criou-se então o Calendário Juliano de 12 meses, sendo os meses pares com números de dias pares, e meses ímpares com dias ímpares, exceto fevereiro que alternava de 29 pra 30 dias nos anos bissextos. O sétimo mês, na época chamado Quintilis (porque originalmente era o quinto mês) virou Julius (hoje, julho), em sua homenagem.

Quando chegou o reinado de Augusto César, foi decretado que em homenagem a ele o mês Sêxtil (que era originalmente o sexto mês) seria o nosso conhecido Agosto. E pra ficar justo, este mês que, por ser par, tinha somente 30 dias (um dia a menos do que o mês dado a Júlio) ele também ganharia um dia a mais, que foi retirado de Fevereiro (que acabou ficando com 28 dias).

Apesar de o calendário ter ficado inalterado por muitos séculos, em dado momento começou-se a notar que o equinócio da primavera (originalmente definido como 21 de março) estava acontecendo no dia 11 de março.

Em 1577, o Papa Gregório XIII reuniu uma comissão de astrônomos e matemáticos pra organizar uma nova reforma. Foram feitas mudanças em relação aos anos seculares, que passam a ser bissextos somente quando divisíveis por 400.

O calendário mudou então pela última vez, em 4 de outubro de 1582, numa quinta-feira. Pra corrigir o erro dos equinócios, o dia seguinte seria sexta-feira, dia 15 de outubro, pulando 10 dias. Esses dez dias ficaram conhecidos na história como "tempo inexistente".

Hoje o Calendário Gregoriano segue como padrão da humanidade, sendo composto por 12 meses irregulares e desarmoniosos com diferentes números de dias em cada mês. Em alguns temos 28 dias (por vezes 29), em outros 30 e outros 31.

Além disso, os nomes de cada mês nem mesmo correspondem ao seu significado:

Setembro, herdado da palavra sete por ser originalmente o sétimo mês, é na verdade o nono. Outubro vem de oito e é o décimo mês. Novembro vem de nove, mas é o décimo primeiro. E dezembro, o décimo segundo mês, vem da palavra dez.

Além de todas essas irregularidades desnecessárias, o Calendário Gregoriano traz em suas raízes nomes de imperadores que promoveram guerras e massacres, conceitos de tempos tirânicos e medievais, mas que ironicamente serve como um standard para regular uma sociedade que, supostamente, busca pela paz mundial (será mesmo?).

Datas de celebração foram adicionadas com o passar dos anos, o que também deu origem a algo que podemos chamar de "cronograma de consumo" (como por exemplo o dia dos namorados) utilizando do calendário como um impulso para movimentar nichos específicos em certas datas do ano.

Oposição e dificuldades

Nos dias atuais, as maiores oposições ao Sincronário de 13 Luas são religiosas.

O iniciativa por um calendário 13:28 apresentada neste site foi desenvolvida por José Argüelles, fundador da Fundação pela Lei do Tempo, e inclusive foi levada como uma proposta até o Vaticano, o estado que oficialmente regula o calendário global (afinal é um calendário de valor também religioso), porém não foi aceita, com a justificativa de que "interromper o ciclo de 7 dias da criação" (por conta do Dia Fora do Tempo) causaria um possível "caos global".

Outras religiões abraâmicas, além da cristã, frequentemente se opõem ao sistema 13:28 devido à prática de observação e adoração a cada 7 dias. Para seguidores destas religiões, seguir a estrutura do sincronário seria admitir um intervalo de 8 dias uma vez por ano.

Além da comunidade religiosa, alguns sistemas financeiros também podem desgostar do calendário de 13 meses, pois o número 13 não possibilita uma divisão por bimestres e trimestres (conceitos que na verdade poderiam ser modificados a partir da própria adoção ao novo calendário).

E, por fim, pessoas da área de sistemas de tecnologia adoram a sutileza do 13:28, mas não estão dispostas a pensar na quantidade de trabalho envolvida em "traduzir" milhares de códigos para um novo sistema de datas.

Enquanto a humanidade parece continuar "empurrando com a barriga" a reforma do calendário, seguimos vivendo dentro de um padrão irregular e ilógico.

Seja por desinteresse ou por preguiça de mudar um sistema de tamanha proporção, um fato é inegável: diferentes pessoas em diferentes gerações despertaram para a importância dessa reforma.

Defendemos a ideia de que seguir o Sincronário de 13 Luas hoje, ou qualquer sistema 13:28, é um ato a favor da ruptura de um padrão histórico jamais explicado e jamais questionado.

Mudar o calendário é resolver uma pendência da sociedade para consigo mesma, desfragmentar um sistema operacional-mental repleto de vírus, lentidão e incoerências.